sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Poemas Românticos: Ditosa Ave

Quem fosse acompanhando juntamente
Por esses verdes campos a avezinha,
Que despois de perder um bem que tinha,
Não sabe mais que cousa é ser contente!

E quem fosse apartando-se da gente,
Ela por companheira e por vizinha,
Me ajudasse a chorar a pena minha,
E eu a ela também a que ela sente!

Ditosa ave! que ao menos, se a natura
A seu primeiro bem não dá segundo,
Dá-lhe o ser triste a seu contentamento.

Mas triste quem de longe quis ventura
Que para respirar lhe falte o vento,
E para tudo, enfim, lhe falte o mundo!

( Luíz Vaz Camões)

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Poemas Românticos: O Amor

O Amor...

É difícil para os indecisos.
É assustador para os medrosos.
Avassalador para os apaixonados!
Mas, os vencedores no amor são os
fortes.
Os que sabem o que querem e querem o que têm!
Sonhar um sonho a dois,
e nunca desistir da busca de ser feliz,
é para poucos!!

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Poemas Românticos: Soneto 92



Soneto (william shakespeare)


Faz teu pior pra mim te afastares,
Enquanto eu viva tu és sempre meu, Não há mais vida se tu não ficares, Pois ela vive desse amor que é teu.

Por que hei de temer grande traição
Se tem fim minha vida com a menor; De vida abençoada eu sou, então, Por não estar preso ao teu cruel humor.

Tua mente inconstante não me afeta, Minha vida é ligada à tua sorte; Como é feliz o fato que decreta Que sou feliz no amor, feliz na morte!
Porém que graça escapa de temer?
Podes ser falso e eu sequer saber.

domingo, 22 de agosto de 2010

Poemas Românticos: As sem razões do amor


As sem-razões do amor (Carlos Drummond de Andrade)

Eu te amo porque te amo, Não precisas ser amante, e nem sempre sabes sê-lo. Eu te amo porque te amo. Amor é estado de graça e com amor não se paga.

Amor é dado de graça,
é semeado no vento, na cachoeira, no eclipse. Amor foge a dicionários e a regulamentos vários.

Eu te amo porque não amo
bastante ou demais a mim. Porque amor não se troca, não se conjuga nem se ama. Porque amor é amor a nada, feliz e forte em si mesmo.

Amor é primo da morte,
e da morte vencedor, por mais que o matem (e matam) a cada instante de amor.

sábado, 21 de agosto de 2010

Poemas Românticos: Soneto de Fidelidade

Soneto de Fidelidade ( Vinicius de Moraes)

Vinícius de Moraes
De tudo, ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento.

E assim quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa me dizer do amor (que tive)
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Poemas Românticos:Paixão Ardente


Esta chama voraz que arde em meu peito
Me atordoa, me embala, me agita no leito,

Em pseudos e doces espasmos de dor... É dor saborosa, que leva à loucura, Que acalma, aquece, entorpece, tortura, Insolentes e castos eflúvios de amor... Que são estas ondas tão incoerentes, De sons e de cores, fortes, envolventes, De tantos sabores paradoxais?
Serão os sentidos que estão me enganando,
Ou apenas os sonhos que vão me embalando, Em meus dias maduros... tristes... outonais? Confesso... ... é o grito, o brado, o clamor, a explosão, Louco sentimento mesclado em paixão, Que sinto por ti e é tão delirante... Que só se acalma quando adormeço E do mundo, da vida, das dores esqueço, No pouso encantado de teu peito amante...

quinta-feira, 19 de agosto de 2010


Eternidade! Caminhei por lugares desconhecidos, Em um tempo já esquecido Fragmentos de minhas lembranças Em muitas vidas, sempre tua presença! É um amor que ainda não amadureceu, Que teima em me perseguir, Sempre me cobrando As emoções que nao se realizaram. Finjo que nada sei, Finjo que posso seguir sem tua presença No turbilhão desta vida tão agitada, Finjindo nao saber o que sei. Enganando meu coração Que, de triste, finge acreditar Mas que sangra Das feridas que não cicatrizaram.